Semana de Arte Moderna: na LadyBank, mulheres brilham na comemoração

Em comemoração ao Centenário da Semana de Arte Moderna na LadyBank, realizamos uma live que contou com a presença marcante de Tarsila do Amaral, sobrinha neta e a curadora das obras da pintora e modernista Tarsila do Amaral, e que vem difundindo globalmente o Movimento Modernista que ocorreu a partir da primeira Semana de Arte Moderna de 1922, no Brasil. 

Semana de Arte Moderna: mulheres em destaque nas comemorações da LadyBank

O evento trouxe para o debate mulheres ativistas, artistas e expoentes do nosso tempo. Entre elas, estavam Alessandra Mourão, arquiteta, designer e pintora, fundadora da Moou Decór, Cássia Regina de Castro, artista plástica, pintora, professora de artes em Minas Gerais, Juliana Lima, artista digital e designer paulistana, Stephany Santos, advogada criminal e Compliance Officer, atuante pelo direito da mulher. Todas elas mulheres que foram influenciadas pela obra de Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, e que representam a ruptura do imaginário feminino no seu tempo!

Em 13 de fevereiro, o evento “Semana de Arte Moderna da LadyBank”, comemorou o centenário do Modernismo no Brasil, com a sua própria exposição de artes. Juntas, artistas de diferentes segmentos criaram uma exposição disruptiva e traçaram um paralelo entre os limites sociais impostos para as mulheres antes e depois da Semana de Arte Moderna, o lugar da mulher na sociedade moderna comparado ao lugar do feminino na sociedade moderna, as barreira para as artistas mulheres na posição de empreendedoras e líderes de empresas, o lugar da irreverência feminina e a disfunção através da arte como espaço de realização e de manifestação do impossível e do improvável.

A origem do evento

Há 100 anos, a primeira Semana de Arte Moderna que ocorreu teve lugar nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, marcou o início da primeira fase do movimento modernista no Brasil que se estendeu até a década de 30. A Semana de Arte Moderna foi idealizada pelos escritores, pintores e poetas, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia e Anita Malfatti e teve forte influência de músicos como Villa Lobos.

Na época, a ditadura estava se erguendo e o Teatro Municipal de São Paulo serviu como um palco de protesto feito através da arte. O local foi ocupado por artistas e intelectuais que fizeram diversas exposições disruptivas de artes, com pinturas, esculturas, declararam poemas, apresentaram suas composições musicais e discutiram esse movimento de arte em comparação à arte europeia da época, para criar as variações que se acreditava serem importantes para fundar um estilo próprio de arte à brasileira.

Tarsila do Amaral foi uma das vanguardistas do modernismo e estava em Paris à época em que ocorreu a Semana de Arte Moderna, se juntando em seguida aos ícones do modernismo, no seu retorno ao Brasil. Sua participação no movimento modernista foi fundamental para consolidá-lo e para tornar a Semana de Arte Moderna de 2022, um marco de uma nova era do expressionismo.

Em seu retorno ao País, Tarsila do Amaral declarou:

“Sou profundamente brasileira e vou estudar o gosto e a arte dos nossos caipiras. Espero, no interior, aprender com os que ainda não foram corrompidos pelas academias”. Tarsila do Amaral. Fonte: Exposição Tarsila Popular. MASP

O Modernismo foi criado com a participação de mulheres fantásticas, além de seu tempo, como Anita Malfatti e Tarsila do Amaral que em companhia de Oswald de Andrade, no período compreendido entre 1922 a 1930, fomentaram o modernismo escrevendo o Manifesto Antropofágico, que foi publicado por Oswald de Andrade na revista Antropofagia, do estado de São Paulo, em 1928.

O Movimento Antropofágico foi uma espécie de manifestação cultural e artística que ocorreu durante a primeira fase do Modernismo no Brasil. Ele teve início quando Tarsila pintou uma figura humana de proporções irregulares que presenteou a Oswald de Andrade. Oswald, por sua vez, associou a figura a um homem plantado na terra, um indígena, um antropófago que Tarsila nomeou de Abaporu: homem que come gente. O Abaporu pertence hoje ao MALBA, Museu de Arte Latino Americana de Buenos Aires, tendo sido considerado a obra mais valiosa de artistas brasileiros.

A obra de Tarsila conversa com o popular, com o imaginário social. Ela traz paisagens do interior ou do subúrbio, da fazenda ou da favela, povoadas por indígenas ou negros, suas culturas, seu ambiente, personagens de lendas e mitos, repletas de animais e plantas, reais ou fantásticos e ela posta a mulher e os corpos femininos no centro de suas representações. Ela rompe com a imagem da mulher padrão, tanto em suas pinturas, quanto em sua postura social e escolhas de vida.

Ao lado de Oswald de Andrade, seu companheiro à época, Tarsila do Amaral e outros artistas idealizaram e difundiram o que hoje é considerado um dos momentos mais marcantes para a cultura e a produção artística brasileira no século 20, a Semana de Arte Moderna.

Na obra, Ana Paula trata do papel das mulheres artistas no modernismo e faz uma contribuição para a compreensão do processo de legitimação das mulheres nas artes e dos lugares que o feminino ocupa dentro dos padrões de feminilidade da época, a saber: o de musa, no caso de Tarsila do Amaral, o de mártir, no caso de Anita Malfatti, e o de esposa colaboradora, caso de Regina Gomide Graz. Fonte: Jornal da USP, 2022

Para saber mais sobre a mulher que está repercutindo as Obras de Tarsila do Amaral pelo mundo, e divulgando o Modernismo, Tarsila do Amaral, sobrinha neta da pintora, confira o artigo aqui.

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