Dia Internacional da Mulher: que tal ensinarmos as meninas a serem corajosas?

Nesse Dia Internacional da Mulher, gostaria de compartilhar uma bela experiência que tive há algum tempo, quando experimentei voar em um simulador de voo. A sensação de liberdade, de poder voar livremente me fez pensar que o mundo seria muito melhor se nossas meninas fossem livres.

Por exemplo, se pudessem escolher os esportes radicais, tal qual os meninos, se não tivessem um treinamento maciço e constante para serem mães, donas de casa e afeitas ao lar.

As meninas de hoje serão as mulheres de amanhã!

Pensei comigo: as meninas de hoje serão as mulheres de amanhã! E o que dizemos e insinuamos a elas acerca de suas tarefas atuais determinarão suas profissões no futuro. Seria maravilhoso se elas se sentissem seguras e confortáveis ao expor suas ideias e pudessem falar livremente para um público grande sem sentir medo.

A infância não é um conto de fadas

Nesse dia, entendi que quando tornamos a infância dessas meninas um conto de fadas, estamos passando uma mensagem oculta de que devem ser perfeitas. Nesse sentido, os padrões impostos de beleza e comportamento, por exemplo, deixa a impressão de que elas devem ser fracas e sensíveis.

E tudo isso contribui para que, no futuro, elas sejam mulheres com uma exigência de perfeição que não pode ser alcançada. Dessa forma, viverão sempre insatisfeitas consigo mesma e terão muita dificuldade em aceitar suas falhas e as dos próprios filhos. Essa busca pela perfeição fará, inclusive, o envelhecimento ser um problema no futuro.

E se ensinarmos as meninas a serem corajosas?

E se, ao invés de criarmos princesas, ensinássemos as meninas a serem fortes, corajosas, capazes de reconhecer e demonstrar os seus desejos e expectativas, de forma autônoma e eficaz?

E se ajudássemos as meninas a aprenderem a dividir a tarefa da maternidade, as tarefas domésticas, a serem livres para irem ou ficarem? A escolherem se desejam estar preparadas para serem as melhores em suas profissões, preparadas para administrarem suas emoções, preparadas para elaborarem suas frustrações e não sufocarem em lágrimas toda vez que são abandonadas pelos parceiros?

A infância não oferece o melhor ensinamento para as mulheres. Em vez disso, ela lhes rouba um futuro de liberdade, de autonomia e de autoconfiança. Mulheres perfeitas não existem, mas mulheres corajosas e felizes podem ser o nosso paradigma de futuro, hoje!

Então, vamos ensiná-las que a perfeição não existe, que temer o futuro não deve ser um empecilho para lutar e conquistar coisas. Que, em geral, a vida funciona bem e nos dá o retorno pelos nossos esforços. Que, geralmente, há muito menos a perder explorando o mundo do que ficando sempre no mesmo lugar, com as mesmas experiências. Vamos contar-lhes que há vitórias que têm preços a pagar, mas que são preços possíveis para conquistas tão grandes, pois vale a pena ser livre e explorar o mundo.

Autoconfiança e apoio a outras mulheres é o caminho para a liberdade

É preciso ensinar às nossas meninas que elas podem fazer os seus próprios julgamentos, com base no que lhes traz felicidade e as conecta com o mundo. Além disso, temos que fazê-las entender que expor as suas opiniões e sentimentos não as torna fracas e vulneráveis, mas corajosas, determinadas e autoconfiantes.

Por fim, precisamos ensiná-las que elas têm grande poder. Que a lei lhes ampara quando precisam ou desejam romper com o casamento ou união, imediatamente, quando sofrem qualquer forma de abuso que fira sua autonomia, segurança ou autoconfiança.

Vamos ensiná-las a apoiar outras mulheres que sofrem e criar redes de apoio para o cuidado dos filhos de forma independente e solidária. Ninguém pode nos impedir de sermos mães, amigas do peito e de vida. Vamos ensiná-las a dizer não quando receberem um convite do qual suspeitam, a denunciar um instrutor que lhes passa a mão pelo corpo de forma abusiva ou que lhe faça comentários de cunho sexual. Vamos ensiná-las que seu corpo é um templo que ela convida a partilhar aqueles que a amam e a respeitam.

Ensinemos-lhes que a liberdade não implica anarquia, e que aqueles que a temem não lhe fazem bem. Vamos ensiná-las a manterem suas convicções, mesmo que existam opiniões contrárias às suas, pois, independentemente de quaisquer divergências, elas sempre merecerão respeito.

Vamos ensiná-las que, se combinarem sua autoconfiança com coragem, elas se tornarão pessoas dignas. Que suas idéias e concepções contam tanto quanto as de qualquer outro ser humano, que elas merecem ser amadas, valorizadas e apreciadas por todos.

Se quer dar um presente à sua filha, dê-lhe liberdade de escolha. Dê a ela o poder de decidir o que é melhor para si, o que a torna feliz e lhe permita comunicar isso, recebendo seus pontos de vista com acolhimento e respeito.

Se quer dar um presente à sua filha, dê-lhe um futuro melhor agora!

(Por: Dra. Vanise Zimmer)

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