Digital Week 2021 – O papel dos bancos digitais na inclusão social

A LadyBank teve a honra de participar da Digital Week 2021 da PwC Brasil. Nessa terceira edição, um dos painéis do evento abordou o papel dos bancos digitais na inclusão social.

O painel teve a presença de Vanise Zimmer, Presidente e Co-fundadora da LadyBank, e Sergio All, CEO e fundador da Conta Black. Na primeira parte, ambos se apresentaram e falaram sobre os propósitos de seus empreendimentos. Confira a seguir.

Dra. Vanise Zimmer – Presidente e Co-fundadora da LadyBank

A Dra. Vanise cresceu em comunidades rurais de MG, em meio a populações carentes. Já no início da vida profissional, tornou-se uma acadêmica e dedicou seu trabalho à inclusão de gênero. Durante muitos anos, trabalhou com famílias em situações de favela. Nesse sentido, a Dra. Vanise ressalta que uma das coisas que mais lhe chamava atenção era o discurso das crianças.

“Quando perguntava aos meninos o que eles queriam ser quando crescessem, eles falavam que queriam juntar dinheiro para comprar um carro. Por outro lado, as meninas queriam ser mãe, para ganhar um enxoval de bebê. Naqueles primeiros contatos, comecei a entender que havia um gap de gênero profundo, que estava na estrutura social de uma forma praticamente não identificável. Isso porque nós não enxergamos esses elementos e a forma como vão moldando as crianças e a população em geral”, observa a Dra. Vanise.

Depois de formada, Dra. Vanise foi trabalhar na Alemanha, em uma universidade de gênero com mulheres do mundo todo. A partir daí, começou a dedicar seu trabalho ao estudo de profissões segregadas por gênero. Foi assim que começou a ter os primeiros contatos com finanças, pois entendeu que esse tema era um problema para a maioria das mulheres no mundo.

Formação da LadyBank

Segundo a Dra. Vanise, a formação da fintech ocorreu em parceria com um grupo seleto de profissionais com mais de 20 anos de experiência na área financeira.

“O projeto teve início mais ou menos com minha carreira de doutorado em Engenharia de Produção na USP. Na época, havia começado a fazer os primeiros estudos sobre resolução de problemas e tratamento de informação para formação de portfólio de investimentos em finanças. Foi então que percebi que poderíamos usar o conhecimento de gênero para criar um crescimento financeiro para as mulheres.”

A LadyBank começou a ser idealizada por volta de 2008, com foco no que seria necessário em termos de uso de tecnologia para simplificar os serviços financeiros.

“Dessa forma, criamos uma conta acessível, com todo o necessário (PIX, open banking, etc) e acoplamos a essa conta o planejamento financeiro automatizado e o modelo de investimento smart. Esse modelo conjuga o robô advisor, criando carteiras ideais e personalizadas para as mulheres. Assim, elas não necessitam de conhecimento especializado de finanças para saberem investir e acumular patrimônio. Essa é a proposta da LadyBank”, conclui Dra. Vanise.

Sergio All – Fundador e CEO da Conta Black

A Conta Black é um hub de serviços financeiros plugados a uma conta digital. Segundo Sergio, o projeto nasceu de uma “dor” pessoal.

“Sempre empreendi e fiquei mais de 20 anos no mercado de comunicação. No auge da minha empresa, precisei solicitar crédito para melhorias de tecnologia na estrutura. No entanto, tive a solicitação negada. Aquele foi o estopim que me fez procurar entender: por que eu, um homem preto, empresário, dono de uma agência de comunicação, que tinha um bom score e garantias reais, tive o crédito negado? Naquele momento, há 15 anos, falei para meu gerente que iria abrir um banco”, conta Sergio.

Dessa forma, a Conta Black veio justamente com o objetivo de democratizar o acesso aos serviços financeiros. De acordo com o CEO, para dar acesso aos serviços bancários, seu pessoal faz uma análise simples, para entender a jornada da pessoa física como empreendedora.

“Além disso, construímos uma jornada de educação financeira, para fazer com que essa mesma pessoa não veja o crédito como seu algoz. Ou seja, mostramos o que ela precisa fazer para ter acesso ao crédito, e isso lhe proporcionará uma boa experiência financeira”, diz.

Por fim, Sergio afirma que a meta da Conta Black é reverter a desbancarização da população negra, parda e periférica.

“Se falarmos em termos de raça, trata-se de um público que consome cerca de R$ 1,7 trilhão ao ano, e que está à margem do sistema financeiro tradicional”, conclui.

Clique aqui para assistir o vídeo na íntegra.

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