10 de novembro: Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento

O Dia Mundial da Ciência pela Paz e Desenvolvimento, comemorado em 10 de novembro, foi estabelecido pela UNESCO em 2001.

Dados da UNESCO apontam que mulheres ocupam somente 28% das posições de pesquisa no mundo. Nesse sentido, o Brasil possui números mais animadores. Isso porque, até 2020, o público feminino representava 40,3% com doutorado na plataforma Lattes. Essa é a base de dados sobre estudantes e pesquisadores do país mantido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Mulheres brasileiras na ciência: principais dificuldades

Apesar de a média brasileira de mulheres na ciência estar acima da mundial, ainda temos muito a melhorar por aqui quanto à condições igualitárias entre mulheres e homens. Nesse sentido, pesquisas mostram que mulheres têm menos acesso ao estudo e mais dificuldades ao se inserirem no campo científico. Dessa forma, o seu trabalho acaba sendo pouco reconhecido, e isso as impede de alcançar cargos de liderança.

Para combater essa desigualdade, alguns órgãos internacionais defendem que seja incentivadas as ciências exatas em todas as fases do aprendizado. Além disso, a criação de projetos científicos também seriam uma alternativa para estimular a atuação feminina na ciência.

Cientistas brasileiras: conheça alguns nomes de destaque

Mesmo em um ambiente que valoriza pouco o trabalho das mulheres, algumas cientistas conseguiram destaque internacional em suas áreas. A seguir, conheça algumas delas:

Nise da Silveira

Nise Magalhães da Silveira foi uma psiquiatra que ganhou notoriedade por transformar o tratamento de saúde mental no Brasil, em meados do século passado.

A psiquiatra foi uma das primeiras mulheres brasileiras a se formar em medicina. Na década de 40, Nise, que era contrária a métodos agressivos como eletrochoque e lobotomia, foi pioneira na Terapia Ocupacional. Para tratar de distúrbios psicológicos, ela introduziu atividades recreativas na rotina de pacientes.

Em 1956, Nise fundou a Casa das Palmeiras, um dos passos mais importantes na luta contra tratamentos agressivos de hospícios. Nesse sentido, seus esforços culminaram com a Lei Antimanicomial, de 2001. Atualmente, o Museu do Inconsciente, no Rio de Janeiro, ainda se encontra aberto ao público. Ele funciona junto ao Instituto Municipal Nise da Silveira (antigo Centro Psiquiátrico Engenho de Dentro).

Ester Sabino

Ester Sabino foi a cientista brasileira que liderou o sequenciamento do novo coronavírus. O grupo liderado por Ester era formado por pesquisadoras do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade de São Paulo (USP). Anteriormente, a cientista havia atuado em estudos do DNA dos vírus da dengue, zika e chikungunya.

O trabalho das pesquisadoras ajudou também a obter dados sobre potenciais mutações genéticas do Sars-CoV-2. Isso contribui para o rastreamento da doença.

Sonja Ashauer

Sonja Ashauer foi a primeira cientista brasileira a concluir o doutorado em Física. Filha de alemães, nasceu em São Paulo, em 1923.

De acordo com seu irmão, desde cedo Sonja demonstrou inteligência privilegiada. Por isso, seu pai, que era engenheiro, incentivou-a a estudar ciências desde muito nova.

Em 1945, Sonja recebeu uma bolsa na Universidade de Cambridge. Mesmo em um ambiente machista, ela conseguiu fazer parte da Cambridge Philosophical Society. Além disso, trabalhou por três anos sob supervisão de um ganhador do Prêmio Nobel.

Sonja faleceu com apenas 25 anos. Apesar da morte precoce, a cientista deixou um importante legado para o mundo da Física.

Neste Dia Mundial da Ciência pela Paz e Desenvolvimento, a LadyBank incentiva e apoia as mulheres na ciência. E você, gosta de ciência, ou tem algum pequeno cientista em casa? 

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