Neste Dia da Proclamação da República, que tal pensarmos um pouco sobre a representatividade feminina na política?
Atualmente, as mulheres representam quase 52% da população brasileira, de acordo com os últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2019, realizada pelo IBGE.
A pesquisa ainda aponta que, de 2014 a 2019, houve um considerável crescimento da participação feminina no mercado de trabalho, que entretanto sofreu retração durante a pandemia. Nesse sentido, quase 10 milhões de mulheres tornaram-se as principais responsáveis pelo sustento do lar, ao passo que 2,8 milhões de homens perderam essa condição. Durante a pandemia 65% das vagas de empregos perdidas foram de mulheres.
E qual a evolução da representatividade feminina na política?
Por outro lado, no cenário político, a equidade e igualdade de gênero ainda é um desafio no Brasil. Diferente de certos países europeus que têm mais de 50% de mulheres em cargos políticos.
No final de agosto de 2021, deputadas e especialistas debateram o assunto no Observatório Nacional da Mulher na Política, da Secretaria da Mulher na Câmara dos Deputados.
A deputada Tereza Nelma (PSDB-AL), Procuradora da Mulher na Câmara, inclusive comparou a representatividade feminina na política brasileira com países que negam direitos às mulheres. E, surpreendentemente, estamos atrás de alguns deles.
“Somos apenas 15% dos integrantes na Câmara Federal. E o Brasil perde para quase todos os países da América Latina em percentuais de participação política de mulheres. Vejam só, até neste momento difícil do Afeganistão, principalmente para as mulheres e crianças, vemos que lá o Parlamento tem 27% de mulheres”, declarou a deputada.
No Brasil, Câmara e Senado possuem, respectivamente, 15% e 12% de participação de mulheres. Já no âmbito municipal, 900 localidades não tiveram ao menos uma vereadora eleita em 2020.
E como reverter essa situação?
Atualmente, existe um projeto de lei em análise na Câmara com o objetivo de reverter esse quadro. Trata-se do PL 1951/21, que determina um percentual mínimo de mulheres para a Câmara dos Deputados, assembleias legislativas dos estados e câmaras municipais. De acordo com o texto, a regra deverá ser aplicada gradualmente a partir das eleições de 2022.
Inicialmente, o objetivo é alcançar 18% das vagas proporcionais nas diferentes instâncias do Legislativo em 2022 e 2024. A seguir, serão 20% nas eleições de 2026 e 2028, com sucessivos aumentos no percentual, até que chegue a 30% de mulheres no Legislativo em 2030.
Princesas de Maquiavel: por mais mulheres na política
Para falar sobre a desigualdade de gênero na política, a cientista política Juliana Fratini organizou e lançou o livro Princesas de Maquiavel: por mais mulheres na política. Trata-se de uma coletânea de artigos escritos por diversas figuras do mundo político e empresarial, que têm o objetivo de estimular o debate sobre como combater o machismo e aumentar o engajamento feminino na política.
“Todos tiveram liberdade para escrever sobre suas trajetórias e sobre a participação das mulheres na política. Nesse sentido, as visões são diversas, mas é possível identificar dificuldades impostas para o gênero feminino em todos os artigos”, declara Juliana.
A LadyBank apoia a equidade de gênero e a maior representatividade feminina na política! Nesse sentido, temos trabalhado pela difusão da informação e pela conscientização dos direitos da mulher, especialmente, o direito de inclusão financeira de gênero.