Dia 11 de fevereiro é o Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência, e gostaríamos de aproveitar a data para falar sobre a aprendizagem de STEM para meninas no Brasil.
Os cursos das disciplinas de STEM – Ciência, Tecnologia, Engenharia, e Matemática têm sido historicamente ocupados por homens. Dados da UNESCO apontam que mulheres preenchem apenas 28% das posições de pesquisa no mundo.
No Brasil, a situação não é muito diferente, mas o País possui números mais animadores. Até 2020, o público feminino representava 40,3% com doutorado na plataforma Lattes, uma base de dados mantida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que informa sobre a formação de pesquisadores no país.
Aprendizagem de STEM: quais são as principais dificuldades para as mulheres na ciência?
A média brasileira de mulheres na ciência está acima da mundial, mas ainda temos muito a melhorar por aqui, quando se trata de condições igualitárias entre mulheres e homens. Nesse sentido, pesquisas mostram que mulheres têm menos acesso ao estudo e mais dificuldades ao se inserirem no campo científico. Mas, ainda assim, são maioria em número de pessoas graduadas. Muitas vezes, o seu trabalho não é reconhecido, e isso as impede de alcançar cargos de liderança e de receberem promoções.
Para combater essa desigualdade, alguns órgãos internacionais defendem que sejam incentivadas as ciências exatas em todas as fases do aprendizado. Além disso, a criação de projetos científicos também seria uma alternativa para estimular a atuação feminina na ciência.
Cientistas brasileiras: conheça alguns nomes de destaque
Mesmo em um ambiente que valoriza pouco o trabalho das mulheres, algumas cientistas conseguiram destaque internacional em suas áreas. A seguir, conheça algumas delas:
Nise da Silveira
Nise Magalhães da Silveira foi uma psiquiatra que ganhou notoriedade por transformar o tratamento de saúde mental no Brasil, em meados do século passado.
A psiquiatra foi uma das primeiras mulheres brasileiras a se formar em medicina, na década de 40, quando o curso era principalmente ocupado por homens. Nise, que era contrária a métodos agressivos como eletrochoque e lobotomia, foi pioneira na Terapia Ocupacional com aplicação para doentes mentais em hospitais psiquiátricos. Para tratar de distúrbios psiquiátricos como psicose e esquizofrenia ela usou, com sucesso, a pintura e outras atividades.
Em 1956, Nise fundou a Casa das Palmeiras, um dos passos mais importantes na luta contra tratamentos agressivos de internos. Nesse sentido, seus esforços culminaram com a Lei Antimanicomial, de 2001. Ainda hoje, o Museu do Inconsciente, no Rio de Janeiro, está aberto ao público. Ele funciona junto ao Instituto Municipal Nise da Silveira (antigo Centro Psiquiátrico Engenho de Dentro).
Ester Sabino
Ester Sabino foi a cientista que liderou o sequenciamento do Coronavírus 19. O grupo liderado por Ester era formado por pesquisadoras do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade de São Paulo (USP). Antes disso, a cientista havia atuado no sequenciamento do DNA dos vírus da dengue, zika e chikungunya.
O trabalho da pesquisadora ajudou a saber mais sobre potenciais mutações genéticas do Sars-CoV-2. Isso contribui para o rastreamento da doença.
Sonja Ashauer
Sonja Ashauer foi a primeira brasileira a concluir o doutorado em Física. Filha de alemães, nasceu em São Paulo, em 1923.
De acordo com seu irmão, desde cedo Sonja demonstrou inteligência privilegiada. Por isso, seu pai, que era engenheiro, incentivou-a a estudar ciências desde muito nova.
Em 1945, Sonja recebeu uma bolsa na Universidade de Cambridge. Mesmo em um ambiente dominado por homens, ela conseguiu fazer parte da Cambridge Philosophical Society. Além disso, trabalhou por três anos sob supervisão de um ganhador do Prêmio Nobel. A cientista deixou um importante legado para o mundo da Física.
A LadyBank incentiva e apoia as mulheres e meninas na ciência. E você, gosta de ciência ou tem alguma pequena cientista em casa?
Então, conheça projetos que apoiam STEM e meninas na ciência e que oferecem experiências científicas. Visite os projetos:
Meninas “Super Cientistas” que nasceu de uma iniciativa de alunas da Unicamp, com o objetivo de incentivar meninas na área de ciência. Veja a transmissão direta pelo Canal do Meninas SuperCientistas;
“Meninas com Ciência”, realizado por mulheres do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional na UFRJ;
“Pequenas Cientistas”, realizado por profissionais da UFSCar-Sorocaba e;“Mergulho na Ciência”, realizado por profissionais da USP-São Paulo. Veja a transmissão direta pelo Canal Mergulho na Ciência.